Composição nutricional dos alimentos

Conhecer a composição nutricional dos alimentos portugueses

Tabela da Composição de Alimentos

A Tabela da Composição de Alimentos (TCA), do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, é um documento de referência nacional para a composição dos alimentos consumidos em Portugal, que reúne informação sobre o teor de 43 componentes/nutrientes (Energia, macronutrientes, Vitaminas e Minerais) em 1093 alimentos (crus, cozinhados e processados).

A informação sobre a composição nutricional dos alimentos disponível nesta tabela, que está em contínua atualização, é determinante para a tomada de decisão na área das estratégias para a promoção da alimentação saudável.  

Pode ser consultada aqui: www.portfir.insa.pt

O teor de gordura trans em alimentos comercializados em Portugal

Ácidos gordos trans nos alimentos portugueses

Atualmente já existe evidência científica consistente relativamente aos efeitos prejudiciais do consumo de gordura trans produzida industrialmente, nomeadamente no aumento do risco de doença cardiovascular, de cancro e diabetes. Face à evidência têm sido tomadas medidas de forma a reduzir a gordura trans nos alimentos processados. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elaborou um relatório sublinhando os benefícios e a importância de banir a gordura trans na Europa.

Para obter dados precisos sobre o consumo de gordura trans e implementar medidas adequadas para reduzir a sua ingestão, cada país deve ter atualizadas as estimativas da quantidade de gordura trans na alimentação. Nesse sentido, com o apoio da DGS, foi publicado recentemente um estudo cujo objetivo foi o de traçar o perfil do teor de gordura trans em alimentos comercializados no mercado português. Este trabalho deu origem a um outro documento co-produzido com o Gabinete Regional Europeu da Organização Mundial da Saúde, intitulado Trans-fatty acids in Portuguese food products.

Este trabalho avaliou o teor de gordura trans em 268 amostras adquiridas entre outubro e dezembro de 2013. Em termos percentuais o conteúdo em gordura trans presente na gordura total, variou entre os 0,06% e os 30,2% (média de 1,9%), com os grupos das bolachas e biscoitos (3,4%) seguidos dos produtos de pastelaria (2,0%) a apresentarem os valores mais elevados.

Figura 1. Ácidos gordos trans nos alimentos portugueses

Em Portugal, existem compromissos voluntários por parte da indústria alimentar reduzir o teor de ácidos gordos trans nos produtos de pastelaria e nas gorduras indústrias utilizadas para o fabrico de produtos alimentares (<2g de ácidos gordos trans por 100g de gordura).

Em 2019, Comissão Europeia estabeleceu, através do Regulamento (UE) n.º 649/2019, de 24 de abril, o limite máximo de ácidos gordos trans nos alimentos, para um valor que não deve exceder 2 g de ácidos gordos trans por 100 g de gordura.

O iodo é um nutrimento muito importante

Fontes alimentares naturais de iodo

O iodo é um nutrimento muito importante. Em particular para o desenvolvimento do cérebro e para a saúde e bem-estar de grávidas e crianças. Infelizmente, o consumo deste nutrimento situa-se abaixo do recomendado em muitos grupos da população.

Através de trabalhos científicos recentes constatámos que um número significativo de crianças portuguesas e a maioria das mulheres grávidas no nosso país não ingeriam o iodo em quantidades suficientes. A deficiência de iodo grave na mulheres grávidas tem sido associada a malformação congénita e partos prematuros e, na criança tem repercussões no neurodesenvolvimento, refletindo-se em atraso mental, problemas motores e no crescimento, audição e fala.

Em 2013, o PNPAS, publicou o manual “Iodo – importância para a saúde e o papel da alimentação”, alertando para a importância deste nutriente.

Conhecer o teor de iodo nos alimentos portugueses é determinante para que se possam fazer recomendações alimentares que promovam uma ingestão adequada deste nutriente. O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge publicou recentemente um relatório “Scientific update on the iodine content of Portuguese Foods“, que apresenta o teor de iodo numa amostra de alimentos portugueses.

Os alimentos do grupo do pescado (peixe, marisco e bivalves) foram os que apresentaram concentrações de iodo mais elevadas, com um valor médio de 114 μg/100g. Os laticínios são também uma fonte importante para suprir o aporte diário de iodo (150 μg/dia), apresentado valores médios de 22 μg/100g.

Figura 2. Fontes alimentares naturais de iodo

Uma análise comparativa do teor de iodo em lacticínios e bebidas vegetais consumidas em Portugal, também conduzida pelo INSA, mostra que uma alimentação sem lacticínios, que inclua por exemplo bebidas vegetais em alternativa, poderá ter um risco acrescido para uma ingestão inadequada de iodo.

Considerando os resultados dos estudos que apontam para uma carência em iodo muito expressiva e generalizada nos grupos de risco (mulheres grávidas e crianças) em Portugal, a Direção-Geral da Educação (DGE) em colaboração com o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), publicou em agosto de 2013 uma circular no sentido da recomendação da utilização de sal iodado na preparação das refeições escolares.

Também em agosto de 2013, a Direção-Geral da Saúde publicou uma Orientação sobre o aporte de iodo em mulheres na preconceção, gravidez e amamentação. O objetivo desta orientação, ainda em vigor, foi o de recomendar que fosse fornecido a mulheres em preconceção, grávidas ou a amamentar, a suplementação diária de iodo – sob a forma de iodeto de potássio – 150 a 200 µg/dia, desde o período preconcecional, durante toda a gravidez e enquanto durasse o aleitamento materno exclusivo.