Compromissos para a reformulação dos produtos alimentares

Reformulação dos produtos alimentares

“A reformulação dos produtos alimentares será determinante para melhorar os hábitos alimentares da população portuguesa e, consequentemente, para obter ganhos em saúde”

O compromisso alargado para a reformulação dos produtos alimentares

Em maio de 2019 foi assinado um compromisso alargado para a reformulação dos teores de sal, açúcar e ácidos gordos trans em diferentes categorias de produtos alimentares.  Este compromisso para a reformulação dos produtos alimentares contemplou: 1) um protocolo de colaboração para a reformulação dos teores de sal, açúcar e ácidos gordos trans em certas categorias de produtos alimentares entre a DGS, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) e a Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA),  2) um protocolo para a monitorização da reformulação dos teores de sal, açúcar e ácidos gordos trans artificiais em certas categorias de produtos alimentares entre a DGS, o INSA, a APED, a FIPA e a empresa Nielsen e 3) 9 compromissos sectoriais para a reformulação de diferentes categorias de produtos alimentares.

 

Redução do teor de sal: categorias de alimentos e metas definidas

Figura 1. Metas para a reformulação do teor de sal.

Redução do teor Açúcar: categorias de alimentos e metas definidas

Figura 2. Metas para a reformulação do teor de açúcar.

Redução do teor de ácidos gordos trans: categorias de alimentos e metas definidas

Figura 3. Metas para a reformulação do teor de ácidos gordos trans.

Mais de 2000 produtos alimentares abrangidos…

                       …representando pelo menos 80% do total de vendas

Figura 4. Reformulação dos produtos alimentares.

7 associações dos setores da indústria alimentar e distribuição envolvidas neste compromisso para a reformulação dos produtos alimentares

A monitorização

A monitorização deste plano para a reformulação dos produtos alimentares vai ser conduzida por uma entidade independente, a Nielsen, e contará com a supervisão do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). Como principais indicadores, serão consideradas as médias ponderadas de sal e açúcar para cada categoria de produtos alimentares por ano e o volume total de açúcar e sal reduzidos por ano.

O protocolo para a diminuição do tamanho dos pacotes de açúcar

Redução da gramagem dos pacotes de açúcar

Em 2016, a DGS assinou um protocolo com a Associação de Refinadores de Açúcar Portugueses (ARAP) e com a Associação Industrial e Comercial do Café (AICC), para a limitação do peso líquido das doses individuais de açúcar utilizados no canal HoReCa a um máximo de 5/6 g. A Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) também se associou a esta iniciativa e em 2018, assumiu o compromisso de reduzir a ramagem dos pacotes de açúcar para 4g até 2020.  Com este trabalho iniciado em 2016 tem sido incentivada a redução do peso líquido dos pacotes de açúcar em quase 50%.

Figura 5. Redução gramagem pacotes de açúcar

A redução do teor de sal no pão

O acordo com as associações dos industriais da panificação, pastelaria e produtos similares (AIPL, AIPAN, ACIP) para a reformulação do teor de sal no pão

O consumo excessivo de sal pela população portuguesa é um dos mais sérios problemas de saúde pública, sendo que os portugueses consomem em média cerca do dobro do valor recomendado pela OMS (inferior a 5 g de sal por dia). O sal que adicionamos à preparação e confecção dos alimentos é o que mais contribui para a ingestão diária de sódio, perfazendo 29,2%, seguido do grupo do pão e tostas, com 18%.

Figura 6. Contributo dos subgrupos de alimentos para a ingestão diária de sódio (%). Fonte: IAN-AF, 2015-2016

Em 2017, a DGS estabeleceu um protocolo com as Associações dos Industriais de Panificação, Pastelaria e Similares com o objetivo de promover a redução do teor de sal no pão. Ficaram definidas metas anuais para a redução do teor de sal no pão, sendo a meta final para 2021 de 1,0g de sal por 100g de pão.

Figura 7. Promover a redução gradual do teor de sal no pão.

O protocolo de colaboração entre a DGS e as Associações dos Industrias de Panificação, Pastelaria e Similares, definiu também limites para o teor de ácidos gordos trans nos produtos de pastelaria, dado que esta é uma das categorias de alimentos onde se verificam teores mais elevados de ácidos gordos trans. Este protocolo pretende assim promover a redução do teor de ácidos gordos trans nos produtos do setor da panificação e pastelaria para valores inferiores a 2g e 1g de ácidos gordos trans por 100g de gordura utilizada na confecção destes produtos, até 2019 e 2020, respetivamente.

 

Selo de Excelência “Pão com menos sal, mesmo sabor”

No seguimento do acordo já celebrado em 2017 com as associações dos industriais da panificação, produtos de pastelaria e produtos similares para a reformulação do teor de sal no pão, foi lançada em 2018 a iniciativa Selo de Excelência “Pão com menos sal, mesmo sabor” que visa incentivar as padarias portuguesas a alcançarem mais rapidamente a meta definida para o ano de 2021. Com esta iniciativa, para o ano de 2018, foi possível conceder este selo de excelência a 8 padarias, as quais já cumprem a meta mais ambiciosa definida para o ano de 2021 (teor máximo de sal de 1 g por 100 g de pão).

Figura 8. Selo de Excelência “Pão com menos sal, mesmo sabor”