Um estudo realizado na população portuguesa sobre a compreensão da rotulagem nutricional (2017)

Uma grande parte dos portugueses não compreende a informação nutricional presente nos rótulos dos produtos alimentares

Desde há muito o PNPAS sugere a simplificação da informação nutricional que está presente nos rótulos dos produtos alimentares. O estudo “Portuguese consumers’ attitudes towards food labelling“, publicado com o apoio da DGS e da OMS, demonstra a incapacidade de muitos portugueses em compreenderem a informação nutricional actualmente presente nos rótulos dos produtos alimentares e, a necessidade de simplificar esta informação.

40% dos portugueses não compreendem a informação nutricional presente nos rótulos dos produtos alimentares”

A evidência científica mostra que os consumidores têm dificuldade em interpretar a informação nutricional obrigatória que está presente nos rótulos dos produtos alimentares. De acordo com este estudo realizado na população portuguesa, foram observadas dificuldades na interpretação desta informação em cerca de 40% dos inquiridos. Esta percentagem aumenta para 60%, nos grupos da população com um menor nível educacional.

Para colmatar este problema diversos pais têm vindo a adotar diferentes modelos de rotulagem nutricional simplificados, tendo em consideração a evidência científica disponível para cada contexto nacional. A utilização de modelos de rotulagem nutricional simplificativos é considerada como uma das melhores opções para promover escolhas alimentares saudáveis e consequentemente para a prevenção e controlo das doenças crónicas na população.

Health Impact Assessment sobre rotulagem nutricional (2019)

A importância dos sistemas simplificados de rotulagem nutricional

“Com rotulagem simplificada os consumidores apresentam 3 a 5 vezes mais facilidade em escolher um produto mais saudável”

São as conclusões de um exercício HIA (Health Impact Assessment) desenvolvido pelo Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde, em conjunto com a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e que utiliza uma metodologia proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – “Nutr HIA – Improving nutrition labelling in Portugal”.

O objetivo do exercício foi avaliar diferentes sistemas de rotulagem nutricional interpretativos (FOP-NL), nomeadamente quanto à sua capacidade de contribuírem para escolhas alimentares mais informadas e saudáveis, e contribuir com evidência científica que suporte a tomada de decisão política.

A avaliação dos diferentes modelos de FOP-NL mostram que a probabilidade de os participantes escolherem um produto alimentar mais saudável é 3 a 5 vezes superior quando os diferentes modelos de rotulagem nutricional estão presentes, por oposição à ausência de sistema. Todos os que foram avaliados contribuem para escolhas alimentares mais saudáveis.

Apesar do sistema do semáforo nutricional, que é já utilizado parcialmente em Portugal, ter sido aquele onde se verificou uma maior percentagem de participantes a selecionar a opção correta, não se verificaram diferenças com significado estatístico entre os diferentes sistemas de rotulagem nutricional simplificada.